A Alemanha quebrando barreiras #Breakingthewall

Última atualização em 3 de outubro de 2018 by Destino Munique

Recebemos um convite super especial do Consulado Geral da Alemanha em São Paulo para uma postagem coletiva neste mês de outubro, em virtude de ser o mês da reunificação alemã, celebrada no dia 3 de outubro. O tema central é quebrando barreiras e tudo pode se acompanhado através da hashtag #Breakingthewall e #Likeagerman nas redes sociais.

Quebrar barreiras é algo que vai muito além do sentido concreto da combinação dessas duas palavrinhas. Aprimeira barreira que a Alemanha “quebrou” quando nos mudamos para Munique, há 5 7 anos atrás, foi o nosso pensamento, de achar que estávamos perdendo por total o aconchego, que tínhamos no Brasil,  por uma frieza desconhecida na Alemanha. Este é o primeiro estereótipo que, principalmente devido a tão recente história da segunda guerra mundial nos deixa e criamos uma barreira, um preconceito, achando que a Alemanha de hoje é a mesma que a de pouco mais de 70 anos atrás. Culturas sim um pouco diferentes, porém em ambas a democracia se faz presente, e adotamos muitos pontos positivos da cultura alemã no nosso dia a dia.

A Alemanha onde vivemos é um país com um grande comprometimento e responsabilidade social. Certo dia, durante um tour em Munique com uma família de brasileiros, um dos integrantes do grupo, de 9 anos, me fez uma pergunta com todo ar de inocência e de total pertinência: por que aqui tem tantas pessoas doentes? Neste momento, passava por nós uma senhora portadora de necessidades especiais, usando uma cadeira de rodas e mais a frente, havia um adolescente com síndrome de down. A sensibilidade do pequeno me impressionou e no momento da resposta, foi nítido ver que uma barreira se quebrou: a barreira da exclusão social. Aqui não têm mais pessoas com necessidades especiais ou com mais limitações, talvez pareça ter mais que no Brasil, pois este grupo está junto a todos na sociedade, não é um grupo excluído. Um fato que contribui é as cidades terem uma boa infra estrutura para que todas as pessoas possam ir e vir, vencendo barreiras.

A infra estrutura urbana na Alemanha é voltada a todos. Nos transportes públicos, há lugares reservados para os idosos, portadores de necessidades especiais e gestantes. E as pessoas cedem os lugares, independente de ser nestes lugares reservados ou não. As ruas tem rampas para permitir a acessibilidade e diferença no acabamento da pavimentação para orientar as pessoas com problemas visuais. Os ônibus têm um mecanismo especial com uma rampa móvel, para que um cadeirante ou uma pessoa que tem dificuldade de locomoção possam utilizar esta modalidade de transporte, ainda com a ajuda do motorista para entrar ou sair. As estações de trem e metrô tem pelo menos um elevador para acesso às plataformas, além das escadas rolantes. Muitos dizem: país de primeiro mundo! Sim, mas além disso, a Alemanha cumpre de verdade o seu papel com a sociedade. E como achar que não tem afeto neste papel?

A iniciativa privada também faz o seu trabalho. Há oportunidades e adaptações dentro do alcance e aptidão de cada um. Ter um colega de trabalho portador de alguma necessidade especial aqui é algo normal. E agir de forma espontânea, como deve ser feito, é mais normal ainda.

E neste sentido segue a Alemanha de hoje quebrando barreiras e pré conceitos. Nós como um casal de estrangeiros, vivendo e trabalhando aqui, nos sentimos bastante respeitados e livres de qualquer tipo de preconceito e parte desta democracia. Estamos aqui pois buscávamos novos desafios para as nossas vidas e trabalhamos em função também da prosperidade do país. É isso que a Alemanha espera de nós imigrantes, que nos integremos em todos os sentidos da palavra e consigamos construir uma vida digna aqui também. E para a nossa alegria, encontramos em Munique também o nosso temido aconchego. Mais uma barreira quebrada.

Um beijo, Camilian